A educação é uma ferramenta poderosa de transformação social, mas, infelizmente, nem todos têm acesso a ela durante a infância e adolescência. Por diversos motivos como pobreza, trabalho precoce, abandono escolar ou migração, muitos brasileiros não concluíram a educação básica em tempo regular. É aí que entra a EJA (Educação de Jovens e Adultos), uma política educacional fundamental para garantir o direito à aprendizagem ao longo da vida.
Neste artigo, você vai entender por que a EJA é essencial para o desenvolvimento social e econômico do país, conhecer os principais desafios enfrentados por quem retorna à escola na vida adulta, descobrir o perfil dos alunos dessa modalidade, além de exemplos de iniciativas bem-sucedidas, como a do Instituto BH Futuro, que vêm transformando vidas por meio da Educação de Jovens e Adultos.
Por que a EJA é tão necessária?
A Educação de Jovens e Adultos é uma das respostas mais potentes do sistema educacional brasileiro para corrigir desigualdades históricas. Ela oferece uma nova chance para milhões de pessoas que, por algum motivo, não conseguiram frequentar ou concluir a escola na idade apropriada. Essa modalidade abrange tanto o ensino fundamental quanto o ensino médio, adaptando-se à rotina e aos contextos dos alunos.
Segundo dados do IBGE, mais de 47 milhões de brasileiros com 15 anos ou mais não concluíram a educação básica. Trata-se de um público imenso, diverso e com enorme potencial de crescimento pessoal e profissional, desde que receba as condições adequadas para retomar os estudos.
Os múltiplos impactos da Educação de Jovens e Adultos
Os efeitos positivos da EJA vão muito além da sala de aula. Ela impacta diretamente aspectos como:
- Empregabilidade: pessoas com maior escolaridade têm mais chances de conseguir empregos formais, melhores salários e mobilidade profissional.
- Autonomia: aprender a ler, escrever, interpretar documentos e realizar cálculos permite maior independência na vida cotidiana.
- Participação cidadã: ao compreender seus direitos e deveres, o aluno da EJA passa a exercer uma cidadania mais ativa.
- Autoestima: retomar os estudos, mesmo na fase adulta, fortalece a autoconfiança e a motivação para enfrentar desafios.
- Exemplo para as novas gerações: pais e mães que estudam servem de inspiração para que seus filhos permaneçam na escola.
Desafios enfrentados pela EJA no Brasil
Apesar de sua importância, a Educação de Jovens e Adultos ainda enfrenta muitos obstáculos:
- Alta evasão escolar: muitos alunos abandonam os cursos por conta do trabalho, da sobrecarga com tarefas domésticas ou da falta de apoio familiar.
- Falta de recursos didáticos adaptados: o conteúdo muitas vezes não dialoga com a realidade dos estudantes adultos, o que compromete o engajamento.
- Infraestrutura limitada: escolas que oferecem EJA geralmente funcionam no período noturno e com estrutura reduzida.
- Estigma social: o preconceito e a vergonha por “estar voltando a estudar depois de velho” ainda são barreiras emocionais importantes.
Para vencer essas dificuldades, é preciso investir em metodologias participativas, formação de professores especializados, apoio psicossocial e políticas públicas que valorizem a modalidade.
A EJA como vetor de desenvolvimento humano e social
A alfabetização e a escolarização de jovens e adultos não são apenas direitos individuais, mas um dever coletivo da sociedade. Quando um trabalhador melhora seu nível de escolaridade, toda a comunidade é beneficiada: há mais produtividade, menos violência, mais engajamento cívico e menos dependência de programas assistenciais.
Além disso, a EJA é uma poderosa ferramenta de combate à exclusão social e à pobreza, pois amplia oportunidades e abre caminhos para que pessoas historicamente marginalizadas possam construir uma nova trajetória.
Quem são os alunos da EJA?
Os perfis são os mais diversos. A EJA acolhe:
- Jovens que interromperam os estudos por necessidade de trabalhar.
- Mulheres que abandonaram a escola para cuidar dos filhos.
- Adultos e idosos que nunca foram alfabetizados.
- Pessoas em situação de rua ou em recuperação de dependência química.
- Trabalhadores de baixa renda que desejam melhorar sua formação.
Cada aluno da Educação de Jovens e Adultos carrega uma história de luta, superação e esperança. O papel da escola, nesse contexto, é acolher, valorizar e construir conhecimento a partir dessas trajetórias.
Educação de Jovens e Adultos e o mercado de trabalho
Estudos mostram que pessoas com ensino fundamental completo ganham, em média, quase o dobro daquelas sem instrução. Quando chegam ao ensino médio, essas possibilidades aumentam ainda mais. Por isso, a EJA é também uma estratégia de desenvolvimento econômico.
Programas que combinam a Educação de Jovens e Adultos com formação profissionalizante são particularmente eficazes, pois unem teoria e prática, ensino e empregabilidade. Empresas que apoiam a formação de seus colaboradores também colhem os frutos em produtividade, engajamento e inovação.
EJA e tecnologia: novas formas de aprender
A pandemia acelerou a digitalização do ensino, e isso trouxe tanto desafios quanto oportunidades para a EJA. O acesso limitado à internet ainda é um entrave para muitos alunos, mas a educação híbrida e os cursos online vêm ganhando espaço como formas de flexibilizar o processo de ensino-aprendizagem.
Plataformas interativas, videoaulas, podcasts, grupos de WhatsApp e fóruns virtuais podem enriquecer a jornada educativa. O importante é que a tecnologia esteja a serviço da inclusão, e não do afastamento.
O papel do Instituto BH Futuro na EJA
O Instituto BH Futuro entende a importância da Educação de Jovens e Adultos como um dos pilares para a transformação da realidade social. Com mais de 20 anos de atuação no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, o Instituto já impactou positivamente mais de 20 mil crianças e adolescentes, além de milhares de famílias.
Em parceria com a Escola Municipal Senador Levindo Coelho e a Prefeitura de Belo Horizonte, o Instituto BH Futuro realiza ações concretas no campo da EJA, promovendo o acesso ao ensino fundamental para jovens e adultos da comunidade.
Além disso, o Instituto oferece projetos complementares, como o Jovem Aprendiz, oficinas culturais e esportivas, cursos profissionalizantes e atividades voltadas para o desenvolvimento de competências socioemocionais e empreendedoras.
A atuação do Instituto BH Futuro vai além da educação formal. Ele promove valores, estimula o protagonismo e acolhe cada pessoa em sua integralidade, entendendo que a educação é um processo contínuo, transformador e essencial para a cidadania.
Conclusão
A Educação de Jovens e Adultos é uma porta aberta para a dignidade, para a liberdade e para o futuro. Mais do que recuperar o tempo perdido, a EJA oferece a chance de reescrever a própria história com conhecimento, autoestima e novas perspectivas.
A valorização da EJA deve ser um compromisso de toda a sociedade: governos, empresas, organizações da sociedade civil e cada um de nós. Afinal, o acesso à educação é um direito humano básico, e nunca é tarde para aprender.
Ao apoiar iniciativas como a do Instituto BH Futuro, contribuímos para um Brasil mais justo, igualitário e com oportunidades reais para todos, independentemente da idade.