Ansiedade nos tempos de pandemia – Nesses tempos de pandemia, com o confinamento do isolamento social, é comum as pessoas se sentirem mais ansiosas, devido à mudança de rotina e a adaptação de uma nova maneira de viver.
“Ansiedade é um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho”, conceito dado pela psicologia.
Todos nós seres humanos temos ansiedade em níveis naturais, ou seja, é um sentimento que teoricamente precede um acontecimento que o corpo pode reagir de outras formas, como felicidade, tristeza, apreensão e até o medo. Segundo o autor Paulo Knapp “a ansiedade é considerada um sinal de alerta, determinada pela presença de um conflito interno, cuja função é avisar sobre um perigo iminente para que se tome medidas para lidar com a ameaça”. Se a ansiedade ocorre com todos nós, como saber se o que sinto é normal ou se existe algo mais? Segundo Ferreira (2007) a ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, e interferem na qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. E que a maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica é basicamente avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não.
Se ficarmos ansiosos por motivos que não existem, que eu apenas imagino que possa acontecer torna-se patológico. Porém hoje, com a pandemia por exemplo, existem vários fatores que podem nos levar a ter um nivel de anisedade maior que o normal; estamos preocupados com o emprego, com a situação financeira, com a economia do país, o medo de ficarmos doentes, de pegarmos o COVID19, de sair nas ruas protegidos etc. Então na situação que estamos vivendo hoje, é comum que o nível de ansiedade aumente.
As chamadas crises de ansiedade geram pensamentos negativos, como por exemplo, quando se tem alguma atividade de trabalho com prazo para entrega, há pensamentos de auto sabotagem que afirmam, mesmo que erroneamente, que a pessoa não conseguirá terminar essa tarefa. Há também pensamentos de impotência e principalmente a falta de concentração. Esses sintomas juntos, dependendo do grau, podem causar um transtorno à vida de uma pessoa, afetando o sono que é um dos principais alvos, que pode ser alterado causando insônia ou até mesmo excesso de sono.
Nesse momento tão difícil que estamos vivendo, temos então que encontrar um jeito que nos alivie do estresse e diminua nossa ansiedade. Se você é uma pessoa que tem condições de ter u m acompanhamento psicológico, esse é o momento. Seria muito importante que todos tivessem acompanhamento psicológico.
Se não é possível, tente ter no seu dia momentos de descanso e momentos em que faça coisas que você gosta. Tente se exercitar, de preferência em casa. Não deixe acumular tarefas, muito menos as do trabalho, para que a pressão não seja muito grande. Tente dialogar com as pessoas e exponha suas dificuldades. E tenha paciência com você mesma, e saiba que esse momento vai passar.
Texto de Lívia Boaretto Lima – Psicóloga do Instituto BH Futuro
