Nessa época de pandemia, com o isolamento social, as escolas estão fechadas e consequentemente, as crianças estão em casa. O barulho e agitação delas muitas vezes podem incomodar os adultos, e estes acabam impondo muitas atividades para as crianças na esperança de ter um pouco mais de tranqüilidade.
Mas as brincadeiras são importantes para as elas e devemos levá-las mais a sério. As brincadeiras preparam as crianças para a vida adulta. Como assim? É através da brincadeira que a criança vive situações onde aprende a enfrentar o medo, dor, angústia, alegria, ansiedade. Ela cria situações nas brincadeiras que ela mesma vai arrumar soluções para sair delas, ou vai encontrar uma maneira melhor de lidar com ela. E isso vai refletir no futuro, seja ele na área profissional, social, emocional.
Segundo o psiquiatra e psicanalista Paulo Bonates, o brincar é “a capacidade de viver inventando o mundo à sua própria maneira, sem perder a relação com a realidade.” A criança transforma um lápis em um avião, é ele sabe que não é real. Mas criar é muito saudável para a criança.
O modo como a criança brinca revela muita coisa sobre a forma de ver á vida e revela muito do seu mundo interior. As brincadeiras também ajudam no processo de aprendizagem. Aprende-se brincando.
Jogos e brincadeiras com regras, por exemplo, ajuda a criança a desenvolver noção de normas, desenvolve estratégias. Ela aprende que tem sua hora para jogar, que é preciso esperar, que pode perder ou ganhar.
Devemos estimular a brincadeira, mas isso não significa que vamos encher nossos filhos de brinquedos. Eles não precisam de muitos brinquedos e muito menos que sejam caros. Com coisas simples eles se divertem. Um simples papel vira uma bolinha, um barco, um chapéu. São capazes de criar e tornar algo simples uma grande diversão.
Lívia Boaretto Lima – Psicóloga do Instituto BH Futuro