Hoje vamos falar sobre o processo de construção das cidades e a instalação do Instituto BH Futuro, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte.
Afinal, o processo de construção das cidades privilegia grupos econômicos e sociais em detrimento de outros? A desigualdade socioeconômica, a discriminação e a falta de oportunidades são fatores que contribuem para o processo de exclusão social e territorial. No entanto, existem formas de superar esses fenômenos.
Escrevemos um artigo para mostrar como acontecem os “fenômenos sociais” no processo de construção das cidades e como nós, do Instituto BH Futuro, podemos responder a isso.
Continue lendo para entender!
Como ocorre o processo de construção das cidades?
O processo de construção das cidades é responsável por diversos fenômenos sociais, como a exclusão social e territorial.
A exclusão social é um fenômeno que se manifesta como uma segregação dos grupos mais vulneráveis da sociedade, que são marginalizados e impedidos de usufruírem dos serviços e direitos básicos que a maioria das pessoas tem acesso.
Já a exclusão territorial se manifesta em diversas formas, como a ocupação desigual de espaços urbanos, a concentração de grupos sociais em determinadas áreas e a falta de acesso à infraestrutura urbana básica para determinadas populações.
Tais fenômenos estão relacionados diretamente ao processo de construção das cidades, que privilegia os grupos econômicos e sociais, pois é comum que os grupos de pessoas com mais recursos financeiros ocupem áreas mais próximas aos centros urbanos e tenham acesso a melhores serviços, enquanto os grupos de pessoas menos favorecidas se deslocam para áreas mais longínquas e não usufruem dos mesmos serviços que os demais.
A concentração de um grupo em áreas mais nobres e centrais e de outro nas periferias é um fenômeno que existe há séculos e ainda é muito presente na sociedade brasileira. Uma das principais explicações diz respeito às oportunidades de emprego, serviços e investimentos que existem nas áreas mais nobres e centrais. Estas áreas geralmente oferecem melhores condições de trabalho e serviços, além de oferecer maior estabilidade e segurança e, consequentemente, ser uma área “mais cara” para se viver.
Além disso, pessoas com mais recursos também optam por se concentrar nestas áreas porque ali elas se conectam com outras pessoas do mesmo grupo econômico, permitindo que elas formem redes de contatos e relacionamentos comerciais que podem garantir maior sucesso e prosperidade.
Por outro lado, as áreas mais carentes geralmente oferecem menos oportunidades de emprego e serviços, o que torna mais difícil para as pessoas de baixa renda conseguirem acesso aos recursos profissionais e financeiros. Estas áreas também costumam oferecer menor segurança, o que torna mais difícil para as pessoas se relacionarem com outras pessoas, e a falta de investimentos impede que elas possam melhorar a qualidade de vida.
Portanto, a concentração de pessoas “ricas” em áreas mais nobres e centrais e de pessoas mais “pobres” nas periferias está diretamente ligada às oportunidades de emprego e serviços, à segurança, à estabilidade e à conexão com outras pessoas do mesmo grupo econômico e social.
Como superar as adversidades desses fenômenos sociais?
A exclusão social e territorial é um problema complexo e profundo, mas é possível superar esse fenômeno com o esforço conjunto de governos, organizações sem fins lucrativos, indivíduos e outras partes interessadas. Estabelecendo e implementando políticas e programas adequados, é possível criar uma sociedade mais inclusiva e com menos exclusão social e territorial.
Primeiramente, é importante reconhecer que a exclusão social e territorial é um problema que precisa ser abordado e resolvido. As pessoas precisam tomar consciência dos fatores que contribuem para a exclusão e buscar formas de combater esses fatores.
É necessário também que sejam tomadas medidas para corrigir essas desigualdades, como a implementação de políticas públicas que garantam o acesso igualitário aos serviços básicos e ao desenvolvimento de áreas urbanas mais inclusivas.
Além disso, é preciso que as autoridades e organizações governamentais trabalhem para promover a inclusão social e territorial. Isso inclui a criação de programas e políticas que possam ajudar as pessoas a obter acesso à educação, saúde, emprego e outros serviços essenciais.
Em uma comparação podemos dizer o seguinte: para que um grupo seja competitivo com outro, é preciso investir mais naquele que é mais vulnerável a fim de equilibrar as condições. Somente com ações efetivas é possível reduzir significativamente os níveis de exclusão social e territorial nas cidades.
O Instituto BH Futuro no Aglomerado da Serra
A história do Instituto BH Futuro começou em 2002, com o Espaço Criança Esperança de Belo Horizonte (ECE-BH). A região escolhida foi o Aglomerado da Serra por ser, à época, a maior área de vulnerabilidade social de Belo Horizonte. Durante esses 20 anos de existência e atuação local, foram várias conquistas, parcerias de sucesso e transformações nas vidas de milhares crianças, adolescentes e jovens atendidos e beneficiados com nossos projetos no Aglomerado da Serra.
Por isso, é tão importante que as organizações sociais trabalhem para fornecer recursos e encorajar a participação das pessoas nas atividades comunitárias. Isso ajuda a aumentar a sensação de pertencimento e, portanto, a reduzir a exclusão social e territorial.
Localizada na Zona Sul de Belo Horizonte, com quase 50 mil pessoas, o Aglomerado da Serra é uma das três maiores comunidades do Brasil! Pensa em um lugar vibrante, colorido e cheio de energia. Pois bem, aqui é assim, uai. Ao contrário do que se pode imaginar, o Aglomerado é repleto de oportunidades em trabalho, arte e cultura, educação e esporte. Isso sem contar a riqueza gastronômica. A localidade é tão importante para a cidade de Belo Horizonte que existem diversos roteiros de turismo com destino ao Aglomerado da Serra.
E as contribuições das pessoas não param por aí. Estamos entre as diversas opções de organizações que contribuem para uma sociedade mais inclusiva, no combate ao fenômeno de exclusão social e territorial junto com o Grupo de Teatro Morro em Cena – Vila Nossa Senhora Conceição, Projeto Fotográfico Rafael Freire – Vila Cafezal, Centro Cultural Vila Marçola – Vila Marçola, Centro Cultural Vila Fátima – Vila Fazendinha, Centro Cultural Lá da Favelinha, Projeto Roots Ativa – agroecologia, autogestão e economia solidária e o Movimento Seu Vizinho.
Hoje, o IBHF é um hub de inovação social com projetos culturais, esportivos, educacionais e de fomento à inovação e empreendedorismo para crianças e adolescentes do Aglomerado da Serra em Belo Horizonte.
Nosso foco está em desenvolver junto a empresas, governo, universidades, organizações sociais e sociedade, programas e parcerias que possibilitem a educação de crianças e adolescentes, por meio do aprimoramento de suas competências e habilidades, para sua inserção no mercado de trabalho com base na educação empreendedora e na inovação.
Quem disse que não podemos fazer a diferença e equilibrar o acesso às oportunidades?
O que se vê no Aglomerado é justamente isso: organizações sociais, pessoas e governo em parceria. Aqui, as pessoas também trabalham para promover a aceitação e o respeito entre as diferentes culturas, crenças e identidades, fundamental para a eliminação da exclusão social e territorial.
E aí? Qual a sua opinião sobre este tema? É possível driblar os efeitos do fenômeno de exclusão social e territorial que resulta do processo de construção das cidades?
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