Envolvendo saberes diversos e profundos, a empatia – palavra que se populariza a cada dia, assim como toda habilidade social, é inata, devendo ser desenvolvida por cada um de nós.
Engana-se quem pensa que a empatia deve ser praticada apenas pelos adultos. As crianças e adolescentes também têm problemas e podem sentir angústias em suas vivências e dificuldades em colocar a empatia em prática.
As mamães, os papais e responsáveis, devem, o quanto antes, ter a capacidade de moldar as crianças e adolescentes para que eles tenham esse sentimento de ‘coração aberto’, afinal, nos dias de hoje, é primordial entender o ponto de vista do outro, exercendo a generosidade e tolerância com o próximo.
A seguir, elencamos os detalhes dessa mágica e poderosa palavra, trazendo dicas de atividades para desenvolver a empatia nas crianças e adolescentes, fazendo com que eles aprimorem essa habilidade desde cedo. Boa leitura!
O que é a empatia?
Palavra de origem grega, a empatia significa ter a habilidade de entender a necessidade do outro. É ter a capacidade de vivenciar a dor e a alegria de outra pessoa, mesmo que a ligação entre elas não seja algo próximo ou extraordinário. Ter empatia é:
- Sentir o que uma pessoa está sentindo;
- Se colocar no lugar dela e ver o mundo pela sua perspectiva;
- Ter a sensibilidade de ouvir o próximo, mas fazendo uma escuta ‘na essência’;
- Ter empatia é se alegrar pelas conquistas e vitórias do outro;
- É também ver as tristezas, entender os desconfortos e se convalescer com as dificuldades de quem a está sentindo.
Desenvolvendo a empatia nas crianças e adolescentes
Observada desde o nascimento, quando um bebê começa a chorar após ouvir outro chorando, essa é uma capacidade de perceber o próximo e saber que ele está passando por uma situação difícil.
Em nossos primeiros anos de vida, começamos a assimilar o que é importante e o que pode ser deixado de lado. O resultado disso?
O que não é importante vai se perdendo em nossa mente, e o que não for estimulado nessa época fica muito mais difícil de desenvolver na idade adulta.
O exemplo abordado no início desse tópico refere-se a um bebê, porém, não são todas as pessoas que nascem com essa qualidade enraizada. Ou seja, para algumas pessoas, surgirão grandes dificuldades para desenvolver a empatia.
Mas será que é possível ensinar empatia para as crianças? De acordo com um estudo publicado no site Hemocord, a resposta é sim!
“Em uma pesquisa feita na Universidade de Princeton, estudantes de teologia foram divididos em grupos, dentre eles um que estudou a história do Bom Samaritano para dar um sermão. Nessa história, um homem ajuda um desconhecido na beira da estrada, sem esperar nada em troca, só movido pela empatia. No caminho para dar o sermão, todos os estudantes se depararam com um homem curvado e gemendo no meio do caminho. Aqueles que estudaram a história do Bom Samaritano foram os que mais pararam para ajudá-lo”.
De fato, a empatia pode ser ensinada, mas como desenvolvê-la em crianças e adolescentes? Por que ensinar a empatia para esse público?
Ensinar as crianças a terem mais empatia reforça as habilidades sociais e faz com que elas fiquem mais abertas à comunicação e compreensão dos outros, ajudando as crianças a entenderem temas delicados.
- Na hora de educar, criar regras e corrigir comportamentos, leve os sentimentos do seu filho em consideração;
- Quanto mais pessoas diferentes ele conhecer, maior será sua capacidade de respeitar e simpatizar com os outros;
- Quando ele brigar com um colega, irmão ou primo, além de explicar que não se deve bater ou empurrar alguém, pergunte como ele acha que a outra pessoa está se sentindo, ou como ele se sentiria na mesma situação;
- Mostre que existem pequenas maneiras de se importar com os outros no dia a dia, como oferecer o assento no transporte público, dar passagem para quem está com pressa, ajudar um colega na escola ou os pais em casa, etc.
A seguir, confira 3 atividades para desenvolver a empatia nos pequenos e nos grandinhos, os adolescentes.
– Dica 1: ler um livro
A capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa, compreender seus sentimentos e perspectivas, é uma habilidade fundamental que se desenvolve ao longo da vida. Um estudo recentemente publicado na renomada revista científica Science oferece um olhar intrigante sobre como a empatia pode ser cultivada por meio do hábito da leitura de livros de ficção.
Apresente a empatia em forma de contos de fada ou outras histórias, próximo à linguagem da criança
Através das páginas de um livro, somos transportados para mundos imaginários, acompanhando personagens em suas jornadas, enfrentando desafios e superando obstáculos. Nesse processo, algo notável acontece: desenvolvemos um senso de empatia natural em relação a esses personagens fictícios. A razão por trás disso é fascinante – para entender as complexidades dos personagens e se envolver em suas histórias, somos instigados a sentir empatia por eles.
A leitura, especialmente a ficção, proporciona uma plataforma única para explorar e praticar a empatia. À medida que nos aprofundamos na psicologia dos personagens, mergulhamos em seus pensamentos, emoções e motivações. Essa imersão literária nos desafia a adotar diferentes perspectivas e a considerar as experiências dos outros de maneira mais profunda.
Ao acompanharmos os conflitos e triunfos dos personagens, naturalmente nos conectamos emocionalmente a eles. Essa conexão é um poderoso motor que nos impulsiona a sentir empatia e compreender suas alegrias, tristezas e dilemas. No processo, nossos próprios horizontes emocionais se expandem, fortalecendo nossa capacidade de nos relacionar com as emoções dos outros.
Portanto, da próxima vez que abrir um livro de ficção, lembre-se de que está embarcando em uma jornada que vai além das palavras impressas. Você está explorando a complexidade humana e exercitando sua empatia. Através das histórias que você lê, está construindo uma ponte para uma compreensão mais profunda das vidas e experiências dos outros, um passo fundamental na jornada para se tornar uma pessoa mais empática e compassiva.
– Dica 2: fazer a dinâmica da empatia
Ideal para quando as crianças, coleguinhas e priminhos estiverem reunidos, ou mesmo na sala de aula. Em um papel em branco, os participantes deverão escrever, de modo que sua letra não seja identificável, alguma dificuldade que encontra no relacionamento interpessoal e que não gostaria de expor oralmente em qualquer ambiente.
O próximo passo é o coordenador da dinâmica recolher os papéis entregues e misturá-los. Com um sorteio, os papéis são pegos pelos participantes da dinâmica, que assumem como seus os problemas lá escritos.
A ideia é fazer sugestões de soluções e não promover debates ou perguntas. O líder da dinâmica deve propor questões como: “O outro compreendeu seu problema?”; “Como você se sentiu ao ver o problema descrito?”; “Você compreende o problema do outro?”; e “Como você se sentiu em relação ao grupo?”.
Desse modo, é mais fácil se colocar no lugar do outro e, assim, entender seus comportamentos e sentimentos, o que é essencial para desenvolver a empatia necessária para a convivência em grupo.
Frisar a importância dos sentimentos, sejam eles bons ou ruins, aumenta a percepção de que as pessoas sentem diferentes coisas em uma mesma situação.
– Dica 3: é hora de dançar
Uma grande ferramenta para treinar a empatia nas crianças é a dança a dois, que pode ser incentivada nas festinhas de aniversário, festas temáticas na escola, onde a necessidade de seguir passos em conjunto e o contato corporal ativam os neurônios da empatia.
A dança é uma forma artística que vai além do simples movimento físico. Ela pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento de empatia em crianças, pois envolve expressão, comunicação não verbal e conexão emocional.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais a dança pode contribuir para o desenvolvimento da empatia em crianças!
Expressão Emocional
A dança oferece uma maneira única de expressar emoções por meio do movimento. As crianças aprendem a identificar, explorar e representar uma ampla gama de sentimentos, permitindo-lhes desenvolver uma compreensão mais profunda das emoções e, consequentemente, das emoções dos outros.
Leitura de Expressões Corporais
Ao praticar a dança, as crianças também aprendem a observar e interpretar as expressões corporais dos outros. Isso inclui gestos, postura, movimentos faciais e outras formas de linguagem corporal que são essenciais para a comunicação não verbal e para a compreensão das emoções dos outros.
Trabalho em Equipe
A dança muitas vezes é realizada em grupo, o que promove a colaboração e a cooperação. As crianças aprendem a se adaptar aos outros dançarinos, a ouvir as ideias de diferentes pessoas e a desenvolver um senso de empatia ao se esforçar para criar uma performance coesa.
Narrativa através do Movimento
A dança também pode ser uma forma de contar histórias sem palavras. Ao dançar uma narrativa, as crianças têm a oportunidade de se colocar no lugar de personagens e explorar diferentes perspectivas e situações, o que contribui para o desenvolvimento da empatia.
Cultivo da Autoconsciência
A dança ajuda as crianças a se tornarem mais conscientes de seus próprios corpos, emoções e sensações físicas. Essa autoconsciência é fundamental para entender as próprias emoções e, por extensão, as emoções dos outros.
Aceitação da Diversidade
A dança abrange uma variedade de estilos e culturas. Expor as crianças a diferentes formas de dança ajuda a cultivar um respeito pela diversidade e a compreender que diferentes pessoas têm maneiras únicas de se expressar.
Desenvolvimento de Habilidades Sociais
A dança pode ser uma maneira divertida de interagir com os outros, desenvolvendo habilidades sociais como comunicação, escuta ativa e respeito pelo espaço pessoal dos colegas.
Empatia Física
A prática da dança também envolve a compreensão das sensações físicas dos movimentos e posturas. Isso pode contribuir para uma compreensão mais profunda das necessidades físicas e das limitações dos outros.
Desinibição e Autoestima
A dança pode ajudar a reduzir inibições e aumentar a autoestima. Quando as crianças se sentem confortáveis em expressar-se por meio da dança, isso pode se traduzir em uma maior abertura para se conectar emocionalmente com os outros.
No geral, a dança oferece uma maneira criativa e envolvente de cultivar a empatia em crianças, permitindo-lhes explorar emoções, interpretar expressões corporais e se conectar emocionalmente com os outros de maneiras profundas e significativas.
– Dica 4: pratique o voluntariado e a solidariedade
A popular frase “fazer o bem, sem a olhar a quem” ecoou na ciência. Um estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine, no ano passado, revelou que ajudar o próximo traz benefícios à saúde. A pesquisa, realizada por especialistas em saúde de Harvard, avaliou o impacto que fazer o bem a um desconhecido pode trazer ao bem-estar de adultos.
Os resultados apontaram que pessoas que fazem ações voluntárias apresentam um risco menor de mortalidade e desenvolvimento de limitações físicas. A famosa expressão “fazer o bem, sem olhar a quem” não apenas ecoa na sabedoria popular, mas também encontra ressonância na ciência. Um estudo recente, publicado no American Journal of Preventive Medicine, revelou que estender a mão ao próximo não apenas aquece o coração, mas também traz benefícios concretos para a saúde. Conduzido por renomados especialistas em saúde da Universidade de Harvard, esse estudo examinou o impacto das ações benevolentes em relação ao bem-estar de adultos. Os resultados descobriram que o ato de ajudar desconhecidos está vinculado a efeitos positivos, incluindo a redução do risco de mortalidade e o desenvolvimento de limitações físicas.
O estudo abordou a importante questão de como nossas ações podem moldar não apenas a vida dos outros, mas também a nossa própria. Os resultados oferecem uma perspectiva fascinante sobre como o altruísmo pode ser um componente vital para uma vida saudável e enriquecedora. Com base nos achados, fica claro que o ato de se dedicar a ações voluntárias não apenas cria impactos sociais positivos, mas também se traduz em recompensas tangíveis para a saúde pessoal.
A pesquisa ressalta a necessidade de promover e incentivar o voluntariado como uma ferramenta não apenas para construir comunidades mais fortes, mas também para nutrir indivíduos mais saudáveis e resilientes. Essa descoberta deve inspirar todos nós a considerar como podemos contribuir para o bem-estar dos outros, não apenas como um ato de bondade, mas também como um investimento em nossa própria saúde e vitalidade.
Portanto, ao abraçar a filosofia de “fazer o bem, sem olhar a quem”, estamos não apenas cultivando uma sociedade mais solidária, mas também pavimentando um caminho para um futuro mais saudável e promissor. É um convite para todos nós do Instituto BH Futuro e além, para refletir sobre como podemos incorporar atos de altruísmo em nossa jornada diária, colhendo assim os frutos tanto para a nossa saúde quanto para o bem maior.
Gostou desse conteúdo? Saiba que o IBHF também se preocupa com o desenvolvimento da empatia nas crianças e adolescentes assistidos pelo instituto. Conheça o Instituto BH Futuro e seja um investidor, ampliando essas ações em prol de um mundo melhor.
Conheça mais do nosso dia a dia seguindo o nosso perfil do Instagram.
Conheça o Instituto BH Futuro
Seja um parceiro do Instituto BH Futuro
Seja um voluntário do Instituto BH Futuro
Seja um doador do Instituto BH Futuro
Fontes presentes no texto
https://editoramundoemissao.com.br/2018/12/04/atividades-para-promover-a-empatia-em-sala-de-aula/
https://www.ibccoaching.com.br/portal/conheca-o-poder-da-empatia/