A erradicação da pobreza faz parte de objetivos fundamentais e requisitos essenciais para o desenvolvimento sustentável das nações. Erradicar a pobreza é o maior desafio global que o mundo enfrenta hoje, e um requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Segundo o Relatório final do CNDUS, para a realização do desenvolvimento sustentável, é necessário: promover o crescimento econômico sustentável, equitativo e inclusivo; criar mais oportunidades para todos; reduzir as desigualdades; melhorar as condições básicas de vida; promover o desenvolvimento social equitativo para todos; e promover a gestão integrada e sustentável dos recursos naturais e dos ecossistemas, o que contribui notadamente com o desenvolvimento social e humano, sem negligenciar a proteção, a regeneração, a reconstituição e a resiliência dos ecossistemas diante dos desafios, sejam eles novos ou já existentes.
É muito preocupante o fato de que um em cada cinco habitantes do planeta, ou seja, mais de um bilhão de pessoas, ainda viva em condições de extrema pobreza, e que um em cada sete – 14% da população mundial – seja subnutrido, e que problemas de saúde pública, incluindo as pandemias e epidemias, continuem sendo ameaças onipresentes.
Segurança alimentar e nutrição
Reconhece-se o direito de toda pessoa de ter acesso a alimentos saudáveis, nutritivos e em quantidade suficiente, em consonância com o direito à alimentação adequada e com o direito fundamental de toda pessoa de estar livre da fome. Contudo, a segurança alimentar e a nutrição tornaram-se um desafio global também porque uma parcela significativa dos pobres do mundo vive em meios rurais, e as comunidades rurais desempenham um papel importante no desenvolvimento econômico de muitos países.
Um estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN), divulgado em setembro, mostrou que três em cada dez famílias brasileiras tiveram dificuldades para comprar alimentos e tiveram que reduzir a quantidade de algum item – sofrendo insegurança alimentar moderada ou grave.
Considerando também a insegurança leve, são 125,2 milhões de pessoas com preocupação sobre a disponibilidade de alimentos, com algum grau de indisponibilidade dos mesmos ou passando fome – ou seis em cada dez famílias brasileiras.
Apesar de proporcionalmente atingir mais as regiões Norte e Nordeste, a maior concentração de pessoas que passam fome em números absolutos está no Sudeste, região mais populosa do país. Considerando toda a população em insegurança alimentar (leve, moderada ou grave), São Paulo também lidera, com 26 milhões, seguido por Minas Gerais, com 11,2 milhões.
Segundo o levantamento, as famílias com renda inferior a meio salário-mínimo por pessoa estão mais sujeitas à insegurança alimentar moderada e grave.
O conceito de insegurança alimentar foi dividido pelo estudo em três níveis:
- Leve: quando há preocupação ou incerteza se vai conseguir alimentos no futuro;
- Moderada: quando há uma redução concreta da quantidade de alimentos e o padrão saudável de alimentação é rompido por falta de comida;
- Grave: quando a família sente fome e não come por falta de dinheiro.
Considerando o recorte nacional, a insegurança alimentar grave atinge 15,5 das famílias, enquanto a insegurança alimentar moderada afeta 15,2%.
Erradicação da pobreza, ODS1 da Agenda 2030
Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU é Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares, por isso o 1º ODS é Erradicação da Pobreza.
Meta 1.1
- Nações Unidas
Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, atualmente medida como pessoas vivendo com menos de US$1,25 por dia. - Brasil
Até 2030, erradicar a pobreza extrema para todas as pessoas em todos os lugares, medida como pessoas vivendo com menos de PPC$3,20 per capita por dia.
Meta 1.2
- Nações Unidas
Até 2030, reduzir pelo menos à metade a proporção de homens, mulheres e crianças, de todas as idades, que vivem na pobreza, em todas as suas dimensões, de acordo com as definições nacionais.
Meta 1.3
- Nações Unidas
Implementar, em nível nacional, medidas e sistemas de proteção social adequados, para todos, incluindo pisos, e até 2030 atingir a cobertura substancial dos pobres e vulneráveis - Brasil
Assegurar para todos, em nível nacional, até 2030, o acesso ao sistema de proteção social, garantindo a cobertura integral dos pobres e das pessoas em situação de vulnerabilidade.
Meta 1.4
- Nações Unidas
Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e vulneráveis, tenham direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso a serviços básicos, propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, herança, recursos naturais, novas tecnologias apropriadas e serviços financeiros, incluindo microfinanças. - Brasil
Até 2030, garantir que todos os homens e mulheres, particularmente os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade, tenham acesso a serviços sociais, infraestrutura básica, novas tecnologias e meios para produção, tecnologias de informação e comunicação, serviços financeiros e segurança no acesso equitativo à terra e aos recursos naturais.
Meta 1.5
- Nações Unidas
Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais. - Brasil
Até 2030, construir a resiliência dos pobres e daqueles em situação de vulnerabilidade, e reduzir a exposição e vulnerabilidade destes a eventos extremos relacionados com o clima e outros choques e desastres econômicos, sociais e ambientais.
Situações que promovem a pobreza
Os primeiros 1.000 dias de vida são cruciais para qualquer ser humano. É durante este período que ocorre o desenvolvimento básico das crianças e uma boa nutrição é fundamental para que isso aconteça. A fome e desnutrição na infância são uma das causas da mortalidade infantil, mas também podem provocar um atraso no seu desenvolvimento físico e intelectual, uma consequência irreversível que os acompanhará durante toda a sua vida.
A fome é, ao mesmo tempo, causa e consequência da pobreza. A pobreza faz com que as pessoas que estejam doentes não tenham recursos para aceder a determinados tratamentos. Por outro lado, uma elevada incidência de doenças num território impede que este se desenvolva economicamente.
Os desastres naturais – agravados pelos efeitos das alterações climáticas – traduzem-se em perdas de culturas, gado e infraestruturas. Isto provoca uma redução drástica da produção de alimentos básicos e incide diretamente na segurança alimentar da população com menos recursos, mas também nos seus meios de subsistência.
Educação é fundamental para quebrar o círculo de pobreza e gerar mais e melhores oportunidades na infância e adolescência. Garantir o acesso a uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade a todos é o primeiro passo para construirmos um futuro longe da pobreza e cheio de oportunidades, contribuindo para a erradicação da pobreza.
A pobreza e a extrema pobreza têm impactos fortemente negativos para a dignidade das pessoas e, no caso de crianças e adolescentes, pode provocar consequências irreparáveis. Crianças criadas em um ambiente de privação e violência não conseguem crescer, estudar e trabalhar, dificultando que se tornem adultos independentes, perpetuando o ciclo de pobreza.
Acreditamos na capacidade das pessoas e instituições de mudar esse cenário e construir um país em que todos tenham uma vida digna. O IBHF atua com projetos sociais no Aglomerado da Serra para que as crianças, adolescentes e jovens possam sonhar de forma igualitária.
Em parceria com a Secretaria Estadual de Educação, temos oferecido alimentação em refeições diárias aos educandos que participam de nossas várias oficinas que promovem crescimento, desenvolvimento de habilidades e competências e formação de valores para a vida e carreira. Essa ação ajuda a promover a erradicação da pobreza.
Nos ajude a perpetuar esse trabalho tão fundamental na região! Seja um parceiro social do IBHF.