Toda criança tem direito de brincar: legislação brasileira e garantias

Toda criança tem direito de brincar: legislação brasileira e garantias

Você sabia de toda criança tem direito de brincar?

O direito de toda criança a brincar é uma questão fundamental, amplamente reconhecida em nível mundial. No Brasil, esse direito é assegurado por meio de legislações específicas que garantem um ambiente saudável e propício para o desenvolvimento e diversão das crianças. Neste artigo, exploraremos a importância desse direito, as leis brasileiras que o protegem e como assegurar que todas as crianças tenham acesso a essa parte essencial de sua infância.

O direito de brincar: uma necessidade fundamental

Brincar é uma atividade intrinsecamente ligada ao desenvolvimento saudável de uma criança. Isso envolve a interação social, a exploração do mundo ao redor e o aprendizado de habilidades essenciais. 

A Declaração Universal dos Direitos das Crianças da ONU estabelece claramente que “toda criança terá o direito de brincar e de divertir-se”. Essa afirmação é sustentada por uma ampla gama de evidências emocionais, psicológicas e científicas, destacando a importância fundamental do brincar na infância. 

A UNICEF Brasil realizou um estudo abrangente em 2019, intitulado “Infância Roubada: O Direito de Brincar na Rua”, que destaca os desafios que as crianças enfrentam ao buscar o direito de brincar nas ruas. Esse estudo identificou barreiras para o livre brincar ao ar livre, bem como a importância de criar espaços seguros para as crianças desfrutarem de suas atividades lúdicas.

Uma matéria da BBC Brasil de 2019 abordou a relevância do brincar na vida das crianças. O artigo discute como o ato de brincar contribui para o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças, além de promover o aprendizado de habilidades sociais vitais, como cooperação e empatia.

A UNESCO publicou um estudo em 2016 que se concentra em como o estigma e a discriminação podem impactar o direito da criança a brincar. Este estudo enfatiza a necessidade de garantir que todas as crianças tenham igualdade de acesso a oportunidades de brincar, independentemente de sua origem étnica, cultural ou socioeconômica.

Em uma matéria da Revista Veja de 2019, os benefícios do brincar para o desenvolvimento infantil são detalhados. O texto ressalta como o brincar apoia o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças, promovendo habilidades de resolução de problemas, criatividade e a capacidade de compreender e expressar emoções.

A Harvard Graduate School of Education conduziu um estudo em 2007 intitulado “The Power of Play”, que resumiu pesquisas sobre o brincar e seu impacto no aprendizado. O estudo revela como o brincar ativo e criativo contribui para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças. A Harvard Graduate School of Education conduziu um estudo em 2007 intitulado “The Power of Play”, que resumiu pesquisas sobre o brincar e seu impacto no aprendizado. O estudo revela como o brincar ativo e criativo contribui para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social das crianças.

No contexto brasileiro, esse direito é respaldado por diversas legislações.

A Constituição Federal de 1988 estabelece a proteção dos direitos da criança como uma prioridade no Brasil. O artigo 227 da Constituição enfatiza que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”. Aqui, o direito ao lazer e, consequentemente, ao brincar, é claramente mencionado.

O direito de brincar: Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

O Estatuto da Criança e do Adolescente, também conhecido como ECA (Lei nº 8.069/1990), é uma legislação fundamental no Brasil que protege os direitos das crianças. 

O ECA dedica uma seção inteira (Seção II – Do Direito ao Respeito e à Dignidade) para garantir que as crianças sejam tratadas com respeito e dignidade em todos os aspectos de suas vidas. Além disso, o ECA aborda especificamente o direito da criança ao lazer e à cultura, reconhecendo a importância da brincadeira na formação da personalidade infantil.

O artigo 16 do Estatuto da Criança e do Adolescente ( ECA ), de 1990, diz que crianças e adolescentes têm direito a “pular , praticar esportes e se divertir”. Pelo artigo, as crianças e os adolescentes têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como seres humanos em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos pela Constituição e pelas leis. 

Direito de brincar: Câmara dos Deputados aprova projeto de lei

Em agosto, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2861/23, de autoria da deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), que visa promover o direito da criança ao brincar e fortalecer a parentalidade positiva. A proposta, agora a caminho do Senado, marca um avanço significativo na garantia dos direitos das crianças no Brasil.

A proposta aprovada é resultado de um trabalho conjunto, com a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) como relatora. O texto estabelece que a União, estados, Distrito Federal e municípios deverão desenvolver ações específicas no âmbito das políticas de assistência social, educação, cultura, saúde e segurança pública para assegurar o direito da criança a brincar.

Um dos aspectos fundamentais da proposta é a ênfase na parentalidade positiva, definida como o processo pelo qual as famílias promovem o desenvolvimento das crianças por meio de um relacionamento baseado no respeito, acolhimento e não violência.

O projeto destaca a importância de garantir que as crianças tenham o direito de:

  • Brincar livremente: 

As crianças devem poder brincar sem intimidação ou discriminação, permitindo que explorem sua criatividade e desenvolvam habilidades de maneira prazerosa.

  • Relacionar-se com a natureza: 

O projeto enfatiza a importância de uma conexão saudável entre as crianças e a natureza, promovendo um entendimento do ambiente natural.

  • Viver em seus territórios originários: 

É essencial que as crianças possam crescer e brincar em seus territórios de origem, promovendo um senso de pertencimento.

  • Receber estímulos parentais lúdicos adequados: 

Os pais e cuidadores devem fornecer estímulos lúdicos apropriados às necessidades de desenvolvimento das crianças.

A deputada Laura Carneiro enfatizou a importância do projeto, declarando: “O projeto prevê o direito da criança de crescer em um lar feliz, permitindo que elas explorem diferentes objetos e reajam a estímulos lúdicos propostos por pessoas próximas, além de exercitar suas habilidades de maneira prazerosa.”

A deputada Talíria Petrone destacou a relevância da iniciativa, afirmando: “Não é possível pensar no futuro de um país sem que se concentre em políticas para a primeira infância.”

O projeto também reconhece o dever do Estado, da família e da sociedade de promover a parentalidade positiva no direito de brincar. Isso envolve:

  • Manutenção da Vida: 

Garantir a sobrevivência, saúde física e mental e a prevenção de violências e violações de direitos.

  • Apoio Emocional: 

Atendimento às necessidades emocionais da criança para garantir seu desenvolvimento psicológico saudável.

  • Estrutura:

 Fornecer acesso seguro a equipamentos culturais, de lazer e esportivos.

  • Desenvolvimento Cognitivo: 

Estimular o desenvolvimento das capacidades neurológicas e cognitivas da criança.

  • Autonomia: 

Estimular o desenvolvimento da autonomia das crianças e promover relações não violentas.

A proposta inclui o uso da promoção da parentalidade positiva e do direito ao brincar como estratégia de prevenção à violência doméstica contra crianças e adolescentes, conforme previsto na Lei 14.344/22, que trata de mecanismos de prevenção e enfrentamento da violência doméstica e familiar.

Caso se torne lei, as novas normas entrarão em vigor 180 dias após a publicação oficial. 

Direito de brincar: desafios e soluções

Embora existam leis e regulamentos sólidos que protejam o direito da criança de brincar no Brasil, ainda enfrentamos desafios. Muitas crianças, especialmente aquelas de comunidades em situação de vulnerabilidade, podem enfrentar barreiras para o pleno exercício desse direito. Para superar esses desafios, é crucial:

  • Promover a conscientização sobre a importância do brincar na formação das crianças.
  • Garantir que todas as crianças tenham acesso a espaços de lazer seguros e bem cuidados.
  • Promover parcerias entre escolas, famílias e comunidades para apoiar o direito de brincar das crianças.

Juntos, como sociedade, podemos garantir que todas as crianças desfrutem desse direito vital à infância.

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