“Fazer o bem sem olhar a quem”. Na pandemia, esse ditado popular tornou-se uma das principais armas na luta contra os tristes efeitos causados pela maior crise sanitária e econômica da história do Brasil.
Com as dificuldades espalhadas em todos os cantos do país, muitos voluntários se mobilizaram para ajudar pessoas (muitas vezes desconhecidas), em estado de vulnerabilidade. São cidadãos, empresas e instituições unidos em um mesmo propósito, realizando pequenos gestos capazes de transformar vidas e que aquecem o coração.
Mas, afinal, o que é ser solidário? De onde surgiu essa palavra que ao ser colocada em prática é capaz de mudar circunstâncias? Confira os detalhes no conteúdo a seguir. Boa leitura!
O que é solidariedade?
De origem francesa, a solidariedade significa responsabilidade recíproca. Em seu significado, ser solidário é um ato de bondade e compreensão com o próximo. É um sentimento que une interesses e objetivos entre os membros de um grupo, gerando:
- Cooperação mútua entre duas ou mais pessoas;
- Identidade entre seres;
- Interdependência de sentimentos, de ideias, de doutrinas.
Descrevendo a solidariedade como um dos valores fundamentais e universais do século XXI, a Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Assembleia Geral, proclamou o dia 20 de dezembro como Dia Internacional da Solidariedade Humana.
Celebrada desde o ano de 2005, a data tem como principal objetivo reunir povos e nações em um mesmo objetivo: reforçar a promoção da paz, os direitos humanos e o desenvolvimento socioeconômico, lembrando que os governos devem respeitar compromissos e acordos internacionais.
Exemplos de como ser solidário e fazer a diferença
Durante a pandemia, mesmos com as inúmeras dificuldades que atingiram as famílias em nível mundial, muitas foram as ações de solidariedade como, por exemplo, a distribuição de alimentos, doação de produtos, itens de higiene pessoal e de roupas.
Alguns médicos passaram a realizar consultas totalmente gratuitas. Psicólogos estão fornecendo assistência para os cuidados da saúde mental e emocional, em prol de ajudar a controlar a ansiedade e medo sobre as incertezas atuais e, claro, sobre o futuro.
Além das ações presenciais, atos de solidariedade também passaram a ser realizados de forma online como, por exemplo, as lives de artistas e celebridades, promovidas com a intenção de arrecadar de insumos médicos, alimentos, água e dinheiro.
Em 2020, as ações de solidariedade durante pandemia deixaram um legado de esperança para 2021. Veja alguns exemplos, listados pelo site Brasil de Fato:
- O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por exemplo, já foi responsável pela doação de 3.800 toneladas de alimentos saudáveis e 700 mil marmitas desde a chegada da covid-19;
- A plataforma Missão Covid reúne médicos com CRM ativo de todas as especialidades para realizar atendimento gratuito da população pela internet;
- Criado por psicólogos, o Psicologia Solidária Covid-19 fornece um plantão psicológico on-line para profissionais da rede de saúde independente da função exercida. Nessa plataforma, mais de 700 profissionais de todo o Brasil se unem para atender trabalhadores que estão à frente do combate à pandemia do coronavírus.
Para além desses exemplos, há as instituições que atuam no combate de diversas outras dificuldades: a fome, doenças infecciosas, depressão e ansiedade, relações tóxicas, terrorismo e guerras.
Exemplo disso, com o intuito de idealizar e tornar sonhos reais, mesmo durante a pandemia e isolamento social, o Instituto BH Futuro, atua com as pessoas em situação de vulnerabilidade, desenvolvendo ações sociais com crianças, jovens e adolescentes, por meio de doações e parceiros.
Acreditando que a solidariedade pode transformar vidas, hoje, o IBHF é um hub social de iniciativas inovadoras, apoiando o empreendedorismo local, potencializando micros e pequenas empresas e projetos da comunidade, com atividades desenvolvidas junto a empresas, governo, universidades, organizações sociais e sociedade, com programas e parcerias que possibilitem a educação de crianças e adolescentes.
Como ser solidário?
Todo cidadão, para ser eterno aprendiz do valor da solidariedade, tem de praticá-la, diariamente, permanentemente, afinal, no coração da prática solidária está o princípio fundamental e inegociável da consideração para com o outro.
Em publicação feita no site Tummi, especialistas relatam que as pessoas solidárias acionam os sentimentos mais potentes e nobres, ampliando a resistência dos indivíduos, equiparando-os em níveis de igualdade e provocando sensação de união.
Ser solidário vai além de realizar gestos esporádicos de caridade, envolve ‘abraçar’ as causas e se tornar parte delas, a partir de pequenas ações que podem ser praticadas no dia a dia, cada vez mais e também com pessoas próximas. Veja alguns exemplos a seguir:
- Separe roupas e outros objetos para doação;
- Apoie os sonhos e novos hábitos de amigos;
- Demonstre afeto e atenção quando um familiar concretizar a realização de um sonho;
- Valorize pequenos comerciantes do seu bairro;
- Ao saber que um colega está empreendendo, dê o seu apoio para que ele não desista e continue focado nessa nova empreitada;
- Quando souber que uma pessoa está passando por momentos difíceis, contribua com palavras de conforto, carinho e apoio;
- Ajude a divulgar o trabalho e causas sociais defendidas por empresas, organizações ou instituições religiosas;
- Doe sangue;
- Torne-se doador de órgãos, sangue e medula;
- Pratique o voluntariado;
- Se puder, escolha uma instituição ou causa e doe dinheiro;
- Demonstre afeto e ame o próximo, contudo, jamais use a solidariedade para se autopromover.
Benefícios de ser solidário
O Papa João Paulo II afirmou que solidariedade não é um sentimento vago de compaixão pelos infortúnios das outras pessoas e sim uma determinação firme e perseverante de se comprometer com o bem comum, ou seja, o ato de ser solidário precisa ser verdadeiro e constante!
E, para reforçar ainda mais o quanto esse ato faz bem tanto para quem se doa quanto para quem recebe, o site Vittude elencou os benefícios dessa prática, que podem ser sentidos na mente e em todo o corpo. Confira:
1) Ajudar os outros contribui para a manutenção da sua saúde e pode diminuir o efeito de doenças físicas e psicológicas;
2) A euforia sentida após um ato generoso envolve sensações físicas que liberam endorfinas e outras substâncias naturais do corpo que diminuem dores;
3) Os benefícios na saúde mental e física continuam sendo sentidos por horas e até dias depois do ato solidário, especialmente quando ele é lembrado com carinho;
4) Problemas ligados ao estresse são revertidos com atitudes positivas direcionadas aos outros, reduzindo sensações de depressão, fobia social, hostilidade e isolamento;
5) Ajudar o outro gera sensações de alegria profunda, resiliência emocional e vigor;
6) A consciência e intensidade de dores físicas pode diminuir consideravelmente com um ato caridoso;
7) Um senso de otimismo e valor próprio é gerado à cada ação solidária, melhorando a autoconfiança;
8) Segundo pesquisas, ser voluntário com frequência gera uma sensação de alegria equivalente a se formar na faculdade ou dobrar o seu salário.