Escassez e Abundância: você tem Motivos para praticar a Gratidão? Num contexto de desolação mundial repleto de catástrofes ambientais, pandemia, disparidade de distribuição de renda e desrespeito às diferenças de raças e credos como ser otimista e semear um futuro pautado pelo diálogo e ações em prol da equidade?
E como podemos entender a equidade?
Equidade: mais que uma palavrinha difícil, trata-se de um conceito que aponta para a necessidade de implementação do respeito à igualdade de direito de cada um em relação ao todo que performa. E esse preceito deveria existir (ou ser implementado) independentemente da existência ou não de lei positiva. Mais que um conceito, deve ser um sentimento compartilhado que aponta e convoca à adoção de ações justas tendo em vista as causas e as intenções por detrás de cada ato.
Porém, se o termo equidade – que exprime a virtude daquele que se manifesta com senso de justiça, de imparcialidade, logo com respeito extremado à igualdade de direitos universais – ainda permanece, grosso modo, num horizonte em construção, parece necessário e mais produtivo olhar para nosso redor e buscar valorizar não aquilo que nos falta, mas o que temos disponíveis ao alcance de nossas mãos.
É sempre mais producente enxergar a metade do copo cheio ao invés de mirarmos o contrário: a metade do copo vazio.
Ver meio cheio ou meio vazio?
Embora não haja certo ou errado nessas diferentes posturas, exemplos inúmeros apontam como aqueles que têm o dom ou criam o hábito de enxergar o copo meio cheio, ou seja, de mirar a parte positiva do mundo e daquilo que nos circunda como matéria prima para ser apanhada e transformada em algo ainda melhor, se tornam pessoas mais otimistas, menos ansiosas e estressadas.
Mas, como adotar essa postura de gratidão e de cultivo da equidade diante de um contexto conturbado, repleto de incertezas? O sinal dos tempos (zeitgeist) parece indicar que a resposta encontra-se justamente na prática da gratidão.
Como ter uma postura de gratidão?
Essa é outra palavrinha recorrente nos dias atuais. O termo gratidão, essa hashtag popular, aponta justamente para a capacidade de reconhecer os benefícios existentes em detrimento daquilo que falta. A palavra indica uma espécie de sentimento e postura capaz de gerar uma onda de agradecimento que impulsiona para além das situações adversas. É como se a gratidão fosse hábil (e ela é) em promover uma espécie de ação do tipo: “para o alto e além”, como pode ser encontrada em algumas versões subliminares hollywoodianas do tema.
Sobre a positividade do exercício da gratidão, essa pode ser facilmente encontrada no mundo da vida. Fato é que exemplos inúmeros até mesmo no campo profissional indicam como sendo verdadeira a capacidade propulsora desse exercício de reconhecer o que se tem ao invés de ficar lamentando pelo que não se possui.
A história de grandes marcas transnacionais por exemplo mostra como momentos aparentemente precários podem com planejamento e diligência serem transformados em um futuro positivo e grandioso, ainda que inconcebíveis num primeiro instante.
Resiliência e Gratidão
Você sabia que a The Walt Disney Company, empresa conhecida mundial e simplesmente como Disney, nasceu nos fundos de uma imobiliária? Que Larry Page e Sergey Brin, os cofundadores do Google, não cansam de afirmar que jamais imaginariam que a companhia construída numa garagem teria tanto sucesso? Ou mesmo que Phil Knight, outro grande nome do mercado mundial, cofundador da Nike, afirma ter começado vendendo tênis no porta-malas de seu carro?
O que todos esses empreendedores compartilham, além do espírito empreendedor, é o prazer de fazer o que fizeram e seguem fazendo. Eles ao invés de olharem para a escassez inicial, focaram na abundância: naquilo que tinham disponível àquele momento. Não se fizeram de coitados, não se lamentaram pelo que não tinham. Muito ao contrário. Eles se concentraram na matéria prima que possuíam e fizeram com a metade do limão disponível uma caipirinha diferenciada das demais existentes no mundo capitalista.
Tudo bem. A metáfora pode não ter sido tão boa assim, mas vocês entenderam onde se deseja chegar não é mesmo? Essas atitudes evidenciam que o exercício de apreciar aquilo que se tem, de valorizar a vida que se leva sendo grato e a partir daí sair em busca da realização de seus planos, sonhos, desejos… é bem mais que uma lorota propagada por pseudossabios. Estudos comprovam que posturas otimistas provocam no cérebro um aumento significativo nos níveis de dopamina: neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, humor e prazer. Esse estado de felicidade nos torna mais suscetíveis ao novo e ao que ele tem a oferecer.
Estar, atuar e trabalhar com prazer parece realmente ser um quesito importante para o sucesso não é mesmo? Pelo menos é o que nos indica esses cases de sucesso e os estudos psicológicos em voga. Mas, é preciso ter em mente que os primeiros dias dessas empresas transnacionais citadas não foram grandiosos, muito menos fáceis, mas foram significativos para o momento atual que tais corporações e seus dirigentes experienciam no aqui e agora.
Enfim, papo reto sobre gratidão
Então, o papo reto diz: as coisas podem ser difíceis agora, mas que elas não vão permanecer assim pra sempre. Foca na missão. Faça o seu melhor, porque o plantio é opcional, mas a colheita é certeira.
E tenha em mente: o contexto atual pode dificultar o exercício da gratidão e a defesa pela equidade, mas não se esqueça de que cada etapa bem vivida da sua jornada, seja ela qual for, inclusive profissional, é necessária e relevante para os desafios da colheita por vir.