Estima-se que pelo menos 2,6 bilhões de pessoas foram colocadas sob alguma forma de quarenta em março deste ano. Isso representa um terço da população mundial. Cada pessoa reage de forma particular à esse confinamento, mas de uma forma geral, as consequências são negativas para o ser humano e os cientistas já conhecem há muito tempo os efeitos nocivos que o isolamento tem no cérebro humano. Nessa pandemia temos diversos grupos de pessoas: uns estão na linha de frente trabalhando(médicos, policiais), outros são os idosos, hipertensos, diabéticos que precisam ficar mais isolados; outro grupo são o de jovens, crianças que não entendem e não conseguem adaptar ao isolamento, e tem aqueles que estão confinados mas conseguem sair para fazer alguma coisa (compras, trabalho, ).
A quarentena tem algumas possíveis consequências mentais. Os maiores efeitos estão no cérebro. É o que chamamos de estresse mental. A pessoa pode ter a sensação de estar sobrecarregada, não ser capaz de lidar com obrigações, ter problemas para dormir, ficar mais irritada. A concentração e raciocínio também são afetados e isso pode prejudicar principalmente no trabalho. Se você tem uma estrutura familiar, pode ser mais fácil , mas se você não tiver, tudo se torna bastante solitário e difícil. as pessoas também podem perder a noção de dia e noite, ter uma certa desorientação.
Muitas pessoas estão em quarentena há mais de dois meses, apenas com o contato social de ir ao supermercado ou conectar-se online em uma reunião ou encontro social. Só por ai já podemos nos sentir estressados. Ainda temos a pressão de adaptarmos à uma nova realidade que se anuncia. Temos que enfatizar que essas são reações normais a uma situação excepcional e é um sinal de que o corpo e o cérebro estão tentando se adaptar à nova realidade. Mas quando ficar alerta? Quando a pessoa não consegue mais funcionar normalmente em sua rotina. É aí que é bom procurar ajuda, ou apoio profissional.
Texto de Lívia Boaretto Lima – Psicóloga do Instituto BH Futuro
