Infelizmente, as situações de violação às crianças e adolescentes são algo real – e muitas vezes próximos – de nossa realidade.
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos registrou em 2019 86,8 mil violações de direitos de crianças ou adolescentes somente pelo Disque Direitos Humanos.
Outro dado de suma importância que nos mostra a proximidade dessa situação é que 81% dos casos de violência contra crianças e adolescentes ocorrem dentro de casa.
Como pais ou responsáveis, precisamos tomar alguns cuidados para proteger nossos filhos desse tipo de situação.
Neste artigo queremos trazer 10 dicas essenciais para proteger seu filho de situações de violações.
10 atos para prevenir o abuso infantil
Ofereça seu tempo
Envolva-se com outros pais em sua comunidade. Ajude crianças vulneráveis e suas famílias. Quanto mais pessoas conscientes sobre essa situação, mais seguro será o local onde seu filho convive.
Discipline seus filhos com atenção
Nunca discipline seu filho quando você estiver chateado. Dê a si mesmo tempo para se acalmar. Lembre-se de que a disciplina é uma forma de ensinar seu filho. Use os elogios e presentes para encorajar o bom comportamento e repreensões ou limitações para ajudar seu filho a recuperar o controle.
Examine seu comportamento
O abuso não é apenas físico. Palavras e ações podem infligir feridas profundas e duradouras. Seja um pai ou uma mãe carinhosa. Use suas ações para mostrar às crianças e outros adultos que os conflitos podem ser resolvidos sem bater ou gritar.
Eduque a si mesmo e aos outros
Conscientizar crianças e pais pode ser a melhor maneira de prevenir o abuso infantil. Atividades após as aulas, aulas de educação para os pais, programas de orientação e cuidados temporários são algumas das muitas maneiras de manter as crianças protegidas de perigos. Seja uma voz em apoio a esses esforços em sua comunidade.
Ensine às crianças seus direitos
Quando as crianças são ensinadas que são especiais e têm o direito de estar seguras, é menos provável que pensem que o abuso é sua culpa e mais propensas a denunciar o agressor.
Apoie programas de prevenção
Muitas vezes, a intervenção ocorre apenas depois que o abuso é relatado. São necessários maiores investimentos em programas que comprovadamente impedem o abuso antes que ele ocorra – como aconselhamento familiar e visitas domiciliares de enfermeiras que prestam assistência aos recém-nascidos e seus pais.
Saiba o que é abuso infantil
O abuso físico e sexual constitui claramente maus-tratos, mas o mesmo ocorre com a negligência ou a falha dos pais ou responsáveis em fornecer à criança alimentos, roupas e cuidados necessários. As crianças também podem sofrer abusos emocionais quando são rejeitadas, repreendidas ou continuamente isoladas.
Conheça os sinais
Lesões inexplicáveis não são os únicos sinais de abuso. Depressão, medo de um certo adulto, dificuldade em confiar nos outros ou fazer amigos, mudanças repentinas nos padrões de alimentação ou sono, comportamento sexual inadequado, falta de higiene, sigilo e hostilidade são frequentemente sinais de problemas familiares e podem indicar que uma criança está sendo negligenciada fisicamente, emocionalmente e/ou abusado sexualmente.
Denuncie o abuso
Se você testemunhar uma criança sendo machucada ou vir evidências de abuso, além de comunicar a polícia local você pode utilizar o Disque Direito Humanos – Disque 100. Ao falar com uma criança sobre abuso, ouça com atenção, assegure-a de que ela fez a coisa certa ao contar a um adulto e afirme que ela não é responsável pelo que aconteceu.
Invista em crianças
Incentive os líderes da comunidade a apoiarem as crianças e suas famílias. Peça aos empregadores que forneçam ambientes de trabalho adequados para a família. Peça aos legisladores locais e nacionais para apoiar a legislação para melhor proteger nossas crianças e melhorar suas vidas.
O que fazer para evitar casos de desaparecimento
Muitas vezes, a relação entre o abuso e o desaparecimento de crianças está altamente associado.
Pensando nisso, transcreveremos aqui 14 dicas dada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para a prevenção de desaparecimento de crianças e adolescentes. Você pode conferir o artigo na íntegra clicando aqui.
- Ensine à criança o seu nome completo e dos pais/responsáveis, endereço de residência e telefones.
- Instrua à criança ou ao adolescente a não responder ou dar informações nos telefones de casa ou celular sem permissão do pais/responsáveis;
- Instrua a criança a não abrir a porta de casa sem a permissão dos pais ou responsáveis.
- Oriente a criança a gritar pelos pais ou responsáveis ou a gritar por socorro (“fazer escândalo”) quando uma pessoa que ela não conheça tente leva-la para algum lugar.
- Ensine a criança a pedir permissão ou oriente o(a) adolescente para que ele(a) notifique-o antes de sair de casa;
- Ensine quem são as autoridades ou servidores públicos que você considera adultos confiáveis e os instrua a buscar estes adultos quando ele (a) estiver perdido, sentindo medo, ou necessitando de ajuda;
- Oriente a não aceitar itens como doces, brinquedos, presentes ou dinheiro de pessoas estranhas;
- Escolha e combine uma “palavra de segurança” que pode ser usada quando alguém que não seja os pais ou responsáveis tenham que pegar a criança na escola ou em algum outro local. A palavra de segurança demonstra que a pessoa realmente conhece a mãe ou o pai e que a criança pode confiar neles;
- Em um lugar cheio de pessoas, estabeleça um local central como “ponto de encontro”;
- Mantenha uma relação de confiança e comunicação constante com a criança ou o adolescente, saiba quem são seus amigos mais próximos e mantenha-se a par de suas rotinas diárias.
- Instrua a evitar lugares desertos ou escuros ao caminhar sozinho(a). Oriente para que ande em grupo ao ir da escola para casa, ao shopping, ou em atividades similares;
- Incentive que a criança ou o adolescente comunique quando chegar ou sair de um determinado lugar.
- Explique, principalmente aos adolescentes, que é importante que ele(a) sempre diga a alguém para onde vai e com quem estará, e por quanto tempo estará lá;
- Eduque e oriente, de acordo com sua idade, sobre os diferentes riscos que levam ao desaparecimento de crianças ou adolescentes, para que ele(a) entenda que as regras são para sua proteção. Explique porque isso é importante— isso não é para controlá-los, ou por falta de confiança; pelo contrário, é uma medida de precaução;
Criando um mundo sem violações
É verdade que a criação de um mundo perfeito é utópica. Contudo, como vimos acima, cabe a nós criarmos as condições certas para que situações de violação e abusos contra crianças e adolescentes sejam reduzidas ao máximo.
Podemos, sim, sonhar com um mundo onde haja a plena conscientização desse mal e criar ferramentas legais e comunitárias para lutar por um futuro melhor para nossas crianças e adolescentes.
O Instituto BH Futuro luta desde 2002 para que crianças sejam atendidas em suas vulnerabilidades sociais. Desde então, mais de 15 mil crianças e adolescentes já foram atendidas pelo Instituto.
Convidamos você a conhecer mais da nossa história.
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