Criança Esperança no Brasil

Criança esperança: um retrato da infância no Brasil

Criança esperança é uma expressão que pode nos conduzir a vários entendimentos e reflexões. A criança é esperança? Temos esperança nas crianças? Qual a esperança das nossas crianças?

Estamos há poucos dias das eleições 2022 e até, do celebrado Dia das Crianças, então queremos aproveitar para fazer uma reflexão dupla: há esperança de tempos melhores no país que temos vivido? As eleições nos trazem esperança de um futuro melhor para as crianças?

No conteúdo de hoje, vamos abordar as desigualdades, a cidadania e a liberdade que envolvem ou impactam diretamente no contexto da infância, um assunto que tratamos com prioridade e muita relevância no Instituto BH Futuro.

 

As desigualdades na infância

 

Segundo estudo realizado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a pandemia do Coronavírus trouxe um enorme déficit de aprendizagem nas crianças de 4 e 5 anos de idade. Isso significa um atraso no desenvolvimento cognitivo, físico e emocional que apenas anos mais tarde teremos entendimento de seu real impacto.

As desigualdades sociais também colaboraram para o aumento do déficit de aprendizagem em seus respectivos status sociais. As crianças que dependem puramente do ensino presencial, de maneira evidente, sofreram maior impacto pela pandemia da Covid-19, pois, além da falta de aulas presenciais, o acesso limitado ou deficitário aos recursos para aulas online também prejudicou muito.

A deficiência nutricional causada pela pouca ou má alimentação das crianças de baixa renda também afeta o desenvolvimento natural. De acordo com estudo, em 2020, 149 milhões de crianças menores de 5 anos foram consideradas muito baixas na sua estatura e 45 milhões estavam abaixo do peso em relação à altura. Com a pandemia, aquelas crianças que se alimentavam das refeições servidas nas escolas também sofreram mais.

 

A cidadania das crianças

 

De acordo com Paulo Freire, educador pernambucano altamente reconhecido quando se fala de educação, as crianças devem ser incentivadas, desde a família até o ambiente de aprendizado, a exercer sua cidadania sob a perspectiva de serem compreendidas como sujeito de direitos, dentre eles o direito à palavra e à participação.

Paulo Freire propõe que as instituições de educação infantil transformem-se em centros de criatividade, que eduquem para a solidariedade e participação. É importante aqui observarmos que educação, cidadania e infância não são apenas conceitos abstratos, mas dimensões de uma práxis crítica e criativa que nos possibilita reconhecer as crianças como cidadãs e com elas construir práticas pedagógicas inclusivas e potencializadoras de suas capacidades.

É certo que a construção da autonomia exige experiências democráticas que ainda são negadas às crianças, contudo, escutar as crianças, é reconhecer que precisamos delas, uma vez que são capazes de dar ideias, opiniões e fazer propostas; é considerar suas vozes nas decisões que envolvem suas vidas e também as nossas, seja no âmbito familiar, escolar ou na comunidade, visando a construção de uma sociedade mais democrática, mais justa e mais humana.

Segundo a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que rege todas as premissas a serem trabalhadas na educação básica, o direito à cidadania é uma competência trabalhada durante toda formação escolar, pois é determinante para a educação de crianças e jovens. A BNCC ainda enfatiza que exercer a cidadania deve ser tanto praticada em grupos, coletivamente, quanto individualmente.

 

A liberdade infantil e o protagonismo

 

A liberdade infantil consiste em a criança conseguir desenvolver suas habilidades e expressões, sejam por meio de brincadeiras ou atividades educativas. Uma barreira enfrentada para a elevação da liberdade infantil é a superproteção. Talvez a principal seja a proibição de brincadeiras ao ar livre e o desafio da participação em brincadeiras coletivas, nesta sociedade cada vez mais individualista e isolada das relações pessoalizadas, presenciais.

Num mundo cada vez mais conectado na web, faltam conexões reais que se estabelecem no convívio social. O estilo de vida dos grandes centros urbanos consiste em muito trabalho dos pais e, talvez, pouco tempo de qualidade dentro do lar.

Na busca de melhores condições de vida a seus filhos, pais e mães chegam à exaustão pensando que, com isso, garantirão um futuro melhor. Entretanto, a falta de diálogo e da presença dos pais pode provocar problemas e traumas muito sérios às crianças, como a falta de autonomia infantil, o medo ou mesmo comportamentos distorcidos e agressivos.

É certo que a participação e incentivo dos pais ao desenvolvimento positivo da liberdade de seus filhos é fundamental para que se tornem protagonistas de suas histórias. Crianças precisam de apoio e incentivo dos pais.

No IBHF, buscamos ter uma relação próxima com os pais e responsáveis pelos nossos educandos entendendo a relevância do papel deles no próprio trabalho que buscamos desenvolver com as crianças e jovens. A criança esperança de um mundo melhor perpassa por um processo coletivo de alinharmos propósitos, convicções e formas de atuação em favor do protagonismo coerente, sadio, respeitoso das futuras gerações.

O protagonismo infantil visa compreender a criança como agente de seu próprio desenvolvimento, e proporcionar ambientes de criatividade, ludicidade, democracia e inclusão.

O propósito das nossas atividades no Instituto BH Futuro está para além de ensinar técnicas. Queremos educar a criança e formar um jovem capacitado, transmitir valores e ética nas atitudes do dia a dia; estimular habilidades e competências necessárias aos futuros profissionais e ao empreendedorismo como forma de autonomia e cidadania para que se reconheçam cidadãos globais e aptos a serem protagonistas na transformação de um mundo melhor.

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Referência:
SILVA, M. Criança, infância e cidadania: diálogo de inspiração em Paulo Freire. Revista Espaço Pedagógico, v. 28, n. 1, p. 359-379, 16 set. 2021.

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